A COVID-19 NA AMAZÔNIA

Especialistas e médicos disseram desde o início: não há remédio para Covid-19, não há vacinas que previnam a doença. A única solução era não se contaminar, já que, mesmo com uma letalidade baixa, o sistema de saúde não suportaria atender toda a população de uma vez. Mas, ao invés de anunciar o isolamento social como única medida de contenção, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou a pandemia de “gripezinha”. A contaminação seguiu acelerada. E, na região Norte, que tem a pior rede de atendimento do Brasil, logo o caos se instalou: Manaus e Belém são uma tragédia aos olhos de todos.

Além de ignorar a orientação dos pesquisadores, a postura de Bolsonaro está diretamente ligada ao grande empresariado que apoiou sua candidatura: ricos, donos de indústrias, banqueiros, grandes fazendeiros e exportadores. O trabalho deveria seguir normalmente para que a economia não sofresse. Passada a primeira semana da epidemia, o governo tratou de
anunciar um isolamento vertical (apenas grupos de risco) que não funcionou em outros países. Na Inglaterra, por exemplo, logo se voltou atrás e foi decretado o fechamento de tudo. Mas o Brasil seguiu negando a gravidade da situação.

Grandes empresários continuam menosprezando a epidemia para manter a produção. Em países com direitos trabalhistas minimamente estáveis, essa pressão é menor. Mas, no Brasil, que vem de uma série de ataques, vivemos esse caos. Este é a face mais crua do capitalismo: para manutenção dos lucros da burguesia, quem vai pagar mais caro é a classe trabalhadora, a
população pobre e negra. Tudo para manter as fortunas em paraísos fiscais, a ostentação de carros, as roupas de grife, as mansões. Enquanto isso, todos os dias, somos acometidos com os relatos de doença e morte de nossos vizinhos, amigos e parentes, que tombam frente ao descaso do governo federal.

As cenas são chocantes em Manaus e Belém: mortos aos montes, UPAs fechadas, hospitais lotados, enterros em valas coletivas. E como não há testes, os números oficiais são muito menores que a realidade. Com menos médicos, menos unidades de saúde e uma quantidade extremamente reduzida de leitos de UTI, as capitais amazônicas já pagam um alto preço pela “gripezinha” do capitalismo.

É nesse momento que vemos como a classe trabalhadora é tratada, forçada a trabalhar até o limite, na doença e na morte. Não é possível que a única solução do Estado seja a demissão em massa. É preciso ficar em casa, mas com o devido apoio do governo federal, assim como fazem outros países: remuneração digna para que a população se proteja do vírus. Resistir ao
grande capital, e seu representante Bolsonaro, hoje, é ficar vivo!

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