URUCU: ALÉM DO BENZENO, AGORA O MERCÚRIO

Gerências da Petrobras e Potencial se uniram num pacto para esconder a situação absurda a que foram sub­metidos os trabalhadores na Provín­cia do Urucu: o diretor do Sindipetro PA/AM/MA/AP, Silvio Cláudio, que também é operador, foi impedido de exercer suas funções na Parada OPGN 3 para que não testemunhasse o caos que impera no local.

Terceirizada da Petrobras, Potencial age sem controle na Província do Urucu

Apesar da manobra do coordena­dor e do engenheiro da Parada, o sin­dicato realizou fiscalização no local em que foi constatado a já conhecida contaminação por benzeno, cujo ín­dice está entre 280 e 300 PPM – uma concentração altíssima para um pro­duto cancerígeno. O Sindipetro já le­vou o caso à Justiça.

Mas há uma novidade macabra: os trabalhadores estão operando em vasos contaminados por mercúrio, um metal pesado que causa danos irreversíveis à saúde.

“Flagrei o coordenador da Parada no laboratório de análises do Urucu fazendo ensaio para tentar tirar o mercúrio do vaso”, contou o diretor. Acontece que o coordenador não tem habilitação em química para tal pro­cedimento, “tirando conclusões total­mente fora nas normas, ignorando os técnicos do laboratório”, completou.

A situação se agrava com o des­cumprimento de outras normas por parte da Potencial. Há um número elevado de trabalhadores embarca­dos que já ultrapassaram os 14 dias permitidos pela lei. “Temos trabalha­dores há mais de 20 dias embarcados no Urucu”, denuncia Silvio Cláudio. Atuação da Potencial gera ainda mais acidentes

Como resultado desse quadro, o clima de tensão domina os emprega­dos. Um caldeireiro, por exemplo, se acidentou em uma operação, sofren­do corte no dedo.

Ao invés de ser afastado pela Po­tencial, foi encaminhado a Manaus, onde segue trabalhando, desta vez em atividades secretariais. Tudo para não caracterizar acidente de trabalho, já que Urucu atingiu o limite determi­nado pelo Corporativo.

A vida dos contratados no Urucu está pior a cada dia. A Potencial segue como recordista de irregularidades en­quanto a Petrobras finge não ver.

O histórico é longo: explora seus trabalhadores, não respeita atestados médicos, precariza o ambiente de tra­balho e rebaixa salários.

Primeiro benzeno e, agora, mercúrio. Quem vai parar a atuação criminosa da Petrobras e das contratadas no Urucu?

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