Linha do Tempo

Sindipetro PA/AM/MA/AP 60 anos

Ano após ano, os petroleiros e petroleiras fortaleceram a sua organização, enfrentando governos e regimes de ocasião em defesa das bandeiras da classe trabalhadora e da soberania nacional.

1961 20 de outubro
O INÍCIO: A ASSOCIAÇÃO

Fundada a Associação Profissional dos Trabalhadores na Indústria de Petróleo do Pará, Amazonas e Maranhão.

1962 2 de fevereiro
Fundação

Assinada a Carta Sindical, pelo Ministro do Trabalho e Previdência Social, Franco Montoro. A data é considerada a fundação do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Extração do Petróleo nos Estados do Pará, Amazonas, Maranhão e Amapá. Primeira diretoria é empossada em 15 de maio, presidida por Carlos de Sá Pereira.

1964 6 de abril
Golpe Militar: Destituição da Diretoria Eleita

Com o golpe militar, é destituída a direção do Sindipetro PA/AM/MA e imposto um interventor (José Maria de Castro Miranda). Nos dias seguintes são demitidos os dirigentes do sindicato, delegados sindicais e apoiadores da diretoria. Foram detidos e permaneceram presos, por meses, Carlos de Sá Pereira (Presidente), Sandoval de Queiroz Barbosa e Armindo Barroso de Carvalho (Conselho Fiscal). Adelino Nogueira Cerqueira, 1º Secretário, se exila na embaixada do México.

1968
Ditadura militar

Nas eleições para a direção do Sindicato, a ditadura militar cassa as candidaturas de Lídio Vieira de Oliveira, Sebastião Claudino, José Maria da Silva Vilhena, Elias Pinto de Almeida, da Chapa Renovadora Amazônia (“Chapa Azul”). É eleita a chapa da situação, encabeçada pelo antigo interventor José Maria de Castro Miranda, ligado à direção da empresa e aos militares golpistas.

Anos 1970
Sindicato se distancia das lutas

Durante boa parte da década, tendo em vista a repressão da ditadura militar e direções colaboracionistas, o Sindipetro esteve voltado para atividades de caráter assistencial. Entre elas a implantação de atendimento odontológico, escola de datilografia, participação em eventos esportivos e sociais, etc.

1981
Anistia

Começam a ser reintegrados ao Sindipetro ex-dirigentes e petroleiros contemplados pela vitória na campanha política que resultou na Lei da Anistia (6.683/1979). Retornaram ao quadro social do sindicato: Carlos de Sá Pereira, Carmelino Feio Salgado, Hélio Brígido, Sandoval de Queiroz Barbosa, Adelino Nogueira Cerqueira, Jacira Maria Nobre Bacelar (viúva de Benedito Campos Bacelar) e Arthur Bastos Monteiro.

1988 Agosto
Ações em defesa da garantia do monopólio estatal do petróleo

Em agosto, início da produção comercial na Província Petrolífera de Urucu (AM). No segundo semestre, Sindipetro PA/AM/MA promove ações em defesa da garantia do monopólio estatal do petróleo na Constituição. São realizadas mobilizações na categoria e em conjunto com outros sindicatos, organizados na “Frente em Defesa das Estatais” no Pará. Em novembro, a categoria realiza 10 dias de greve pela reposição salarial ante a inflação descontrolada durante o governo Sarney.

1990 Janeiro e junho
Greve

Em janeiro e junho, categoria realiza greve por reposição salarial e contra as demissões promovidas nas estatais pelo presidente Collor, respectivamente.

1991 Fevereiro
Filiação à CUT

Em fevereiro, o Sindipetro PA/AM/MA se filia à CUT. No fim do mesmo mês, as bases petroleiras da Amazônia aderem com força à greve nacional de 24 dias contra as privatizações, pela reintegração dos demitidos por motivos políticos, reposição de perdas salariais do Plano Collor, entre outras. O TST declarou abusividade da greve, que porém seguiu e arrancou da direção da Petrobras o atendimento de boa parte das reivindicações corporativas.

1993
comemoração de 40 anos da lei 2004 (monopólio estatal)

Criada a Federação Única Cutista Petroleira (FUC-P) no II Congresso Nacional dos Trabalhadores do Sistema Petrobrás. Na comemoração dos 40 anos da lei 2004 (monopólio estatal), o Sindipetro PA/AM/MA promove diversas atividades em Belém (PA) – ato público/show musical, exposição, corrida, palestras em escolas, etc. –, na luta contra a Revisão Constitucional.

1994 Abril
Histórica greve de ocupação em Urucu (AM)

Greve de ocupação Urucu de 16 dias contra o Regime Adicional de Campo (RAC). Foi conquistado o regime Regional Especial de Campo (REC) e aumento de 20 para 26% no adicional de campo. Em setembro e outubro, duas greves nacionais da categoria enfrentam o governo Itamar Franco durante negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Entidade passa a utilizar a denominação atual (PA/AM/MA/AP), a partir das pesquisas da Petrobras na costa do Amapá.

1995 Maio
Maior greve da história da categoria

Maior greve da história da categoria, de 31 dias, pelo cumprimento do ACT assinado no ano anterior e contra as políticas privatistas do governo Fernando Henrique. Paralisação tem forte adesão. FHC envia militares para as refinarias e promove dezenas de demissões, TST decreta greve abusiva e impõe multas milionárias aos sindicatos.

1997 Setembro
FHC quebra o monopólio estatal do petróleo

Congresso Nacional altera a Constituição e aprova lei de FHC determinando o fim do monopólio estatal do petróleo, num histórico ataque à soberania energética nacional.

2002 Setembro
Campanha contra a Alca

Sindicato promove Plebiscito Popular da Campanha contra a Alca (Área de Livre-Comércio das Américas) com urnas nas bases da categoria, dialogando sobre a necessidade de barrar a proposta de Acordo de “Livre Comércio” que só beneficiava os interesses estadunidenses.

2003
Desfiliação da CUT e construção da Conlutas

Com a posse de Lula (PT) na Presidência, a CUT se torna braço do governo federal no movimento sindical e os trabalhadores começam a buscar novas alternativas de organização e direção. Sindipetro PA/AM/MA/AP promove assembleias na base, que aprovam a desfiliação da CUT e o ingresso na então Coordenação Nacional de Lutas - Conlutas, hoje Central Popular e Sindical – Conlutas .

2007
Desfiliação da FUP e construção da FNP

A lógica de confusão de interesses entre governo e movimento sindical se reproduz na categoria petroleira, levando ao rompimento do setor combativo com a FUP, em 2006. Naquele ano, as correntes governistas que dirigiram o 12º Congresso da Federação inviabilizaram a participação das delegações que se opunham à proposta da Petrobras para alterações que atacavam direitos dos trabalhadores na Petros. Novamente sob determinação da base em assembleias, Sindipetro se desfilia da FUP e passa a construir a então Frente Nacional dos Petroleiros (FNP).

2013 Outubro
Greve contra o leilão do Campo de Libra

Durante o governo Dilma (PT), categoria promove greve de 7 dias contra o leilão do Campo de Libra. Esta privatização entregou 60% da maior reserva de petróleo já encontrada no país – 8 a 12 bilhões de barris – para as chinesas CNPC e CNOOC (10% cada), a anglo-holandesa Shell (20%) e a francesa Total (20%), restando apenas 40% para a Petrobras.

2015 Outubro e novembro
Greve nacional petroleira de 22 dias

Em luta por um ACT sem perdas e contra a política de privatizações de Dilma (PT), FNP inicia greve nacional petroleira de 22 dias, arrastando todas as bases da FUP, as quais atropelam suas direções quando estas decidem acabar com o movimento aceitando desconto dos dias parados e sem garantir a não punição de grevistas.

2017 27 de abril
Greve Geral contra as Reformas Trabalhista e da Previdência de Michel Temer (MDB)

Em 27 de abril, Sindipetro constrói a Greve Geral contra as Reformas Trabalhista e da Previdência de Michel Temer (MDB), ex-vice de Dilma (PT). Em 24 de maio, delegação do Sindicato participa da Marcha “Ocupa Brasília”, que reuniu mais de 100 mil pessoas e foi duramente reprimida pela Força Nacional de Segurança Pública do governo federal.

2019
Greve Geral contra a Reforma da Previdência de Bolsonaro

Em 14 de junho, nova Greve Geral, agora contra a Reforma da Previdência, de Bolsonaro (PSL).

2020 Fevereiro
Greve nacional petroleira contra o fechamento e demissões na FAFEN-PR

 

Gestão da Petrobras sob governo Bolsonaro (PSL) anuncia fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (FAFEN Araucária), levando ao desemprego de mais de mil trabalhadores. Categoria reage e inicia greve nacional de 20 dias. Sindipetro PA/AM/MA/AP mobiliza categoria para o movimento, com forte adesão nas usinas termelétricas Jaraqui e Tambaqui (Manaus/AM) e na Província de Urucu (AM). No 17º dia, TST julga greve abusiva e impõe multas de até R$ 500 mil por dia, por sindicato, e autoriza “medidas administrativas cabíveis” contra os(as) grevistas(as). Categoria retorna ao trabalho após aceitação de acordo pelos trabalhadores da FAFEN-PR ampliando indenizações.

2022 Janeiro
Urucu é do Brasil. Petrobras fica na Amazonia

Privatização do Polo Urucu, anunciada em junho de 2020, sofre revés com anúncio de que foram finalizadas “sem êxito” as negociações junto à Eneva S.A. No período, Sindipetro PA/AM/MA/AP promoveu a campanha “Urucu é do Brasil - Petrobras Fica na Amazônia”, com foco na divulgação da importância estratégica da Província Petrolífera para a região e o país. A iniciativa promoveu diversas ações como divulgação em site e redes sociais, outdoors, anúncios de jornal, divulgação de estudos e a mobilização da categoria para a defesa do nosso patrimônio.