Petrobras pública: não à privatização de uma das empresa mais lucrativas do Brasil

No terceiro artigo da série “Petrobras em Liquidação”, o Sindipetro PA/AM/MA/AP desmente o mito de que a empresa é deficitária, demonstrando que a Petrobras é a mais lucrativa de seu segmento.

Na tentativa de privatizar a Província de Urucu (AM), o governo federal repete muitas das mentiras que foram utilizadas para que se privatizasse a então Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Dentre elas, está a falsa informação de que a Petrobras só dá prejuízo. É importante, antes de qualquer coisa, entender que a empresa gera lucro – e muito! Se fosse deficitária, não haveria todo essa mobilização pela entrega da Petrobras ao capital privado. Esse é um dos temas tratados pelo estudo Petrobras em liquidação: a venda do polo do Urucu no Amazonas para os trabalhadores, realizado pelo Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos (Ilase).

A repetição sobre os escândalos de corrupção na Petrobras também são usados como justificativa para a venda. Em primeiro lugar, sempre vale dizer: a corrupção é crime e deve, sim, ser severamente punida em qualquer governo. Mas a privatização passa longe de ser a solução. É como se jogássemos no lixo as possibilidades de sermos uma nação melhor. Mas, quando se trata de bilhões de dólares, sabemos que o discurso da corrupção intratável ou que a solução é a venda está diretamente relacionado ao interesse das grandes empresas. Grupos que apenas esperam esse tipo de brecha para tentar lapidar o patrimônio de diferentes países ao redor do mundo.

Vamos aos números! Se compararmos o lucro da Petrobras às principais empresas de capital aberto do setor petroquímico no mundo, fica claro que a empresa pública brasileira é a mais lucrativa. Considerando a variação de receitas para o período entre 2012 e 2019, a Petrobras teve crescimento de 7,42%. Em meio a escândalos de corrupção e à crise do petróleo, a brasileira foi única que teve saldo positivo, à frente da Exxon Mobil (Estados Unidos), Royal Dutch Shell (Anglo-holandesa), Equinor (Noruega), Chevron (Estados Unidos), BP (Inglaterra) e Total (França).

Quando observamos a taxa de lucro bruto, a situação fica escancarada. Novamente a Petrobras fica à frente de todas as gigantes privadas, tendo uma taxa de lucro de 40,11%. E mais: um aumento que se acentua a partir de 2015, quando o Brasil iniciou a produção oriunda do Pré-Sal, chegando a um extraordinário índice de 60% de taxa de lucro no ano passado. E, não coincidentemente, um ano depois o governo inicia a entrega do tesouro nacional. Veja no gráfico:

Não é difícil perceber que a gestão bolsonarista tenta repetir a fórmula da Vale do Rio Doce. Considerada uma empresa que só gerava prejuízos ao Brasil quando foi privatizada em 1997, durante o governo FHC, a mineradora tornou-se rapidamente a mais lucrativa. Nesse roteiro batido, é preciso abrirmos os olhos para não permitirmos que o desmonte se repita. A Petrobras é extremamente lucrativa. E é pública! A companhia estatal gera riquezas, que garantem a soberania nacional e serão fundamentais na transição da matriz energética das próximas décadas.

Mais uma vez, dizemos: Urucu é do Brasil – Petrobras fica na Amazônia!

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